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[capa]
APONTAMENTOS
“DE LUXE” ESPIRAL N.o 14 – Marca Reg.
Processo patenteado sob N.o 29.839
Indústria Brasileira
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estar mortas ou fingir ser o mar.
pg 45 —
“Pénétrons plus avant dans son monde à lui, puis qu’il est un de ces rares poètes qui aient réussi ce que tout d’autres nous annoncent sans toujours nos offrir vraiment: un monde qui ne ressemble pas à celui que nous connaissons et qui
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impose à nous pourtant avec la même évidence”.
Bertelé.
“On fait effort continuel pour se banaliser. Le rêve, qui paraît drôle, provient de ce que l’homme se parlant à lui-même cesse de se gêner” (Henri Michaux)
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“Rien de l’imagination volontaire des professionnels. Ni thèmes, ni développements, ni construction, ni méthode.” (H.M.)
“…expérimenter les pouvoirs de l’esprit…”
Bertelé
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Há um acontecimento que me cerca, ele me é devido, ele me é parecido. Ele é de fora ou de dentro? Está custando a se aproximar. Eu sinto mais como um mal-estar. Estou certo de que ele tudo resolverá. Já tenho mesmo saudade deste tempo vivido sem ele, onde me
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habituei a um modo de pensar, onde cada coisa está, mal ou bem, num lugar. Eu anseio pelo acontecimento, mas desejando adiá-lo, aproveitando bem o dia, distraindo-me, atordoando-me. Várias vezes senti que se eu parasse, ele se aproximaria e se revelaria. Mas
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até antes de dormir leio para não lhe dar lugar. Mas hoje enquanto eu esperava o bonde que não deveria demorar, distraí-me e eis-me como obrigada a olhar. Não sei o que ele era, pois antes de vê-lo já o reconhecia e sem me dar tempo de
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deixar-lhe pergun dar-lhe um nome ajoelhei caí de joelhos diante dele, como um escravo. O coração batia e o que tinha de acontecer acontecia. O que foi, o que foi? indagavam as asas das andorinhas porque eu mesma nem coragem mais
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tinha. Foi assim que aconteceu-me o mais profundo pressentimento: nem eu mesmo sou o seu senhor. Os outros sabiam mais dele. Oquefoi? perguntam os [ramos] das árvores. E aquilo que aconteceu em mim responde apenas pela voz
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do espaço. E se as árvores entendem, eu continuo cego, surdo. Como uma criança de quem Como adultos reunidos em grupo a falar de uma criança.
+
Chamo de meditação esse mal-estar [diante] das coisas.
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Detesto que esperem por mim. Não é por delicadeza ou por medo de desapontar. É que alguém esperando por mim é um medo de não se estar só.
+
Tem um lugar que eu vou quando quero pensar bem ou dormir ou ver. Se ele fosse [+] perto, eu diria que ficava no canto esquerdo de minha cabeça. Mas ele é tão mais
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longe, é muito depois de onde eu acabo. O pior é que sou eu ainda. Sei que se toma à esquerda e que é escuro e que se desiste de levar consigo qualquer coisa ou alguém. Parece um lugar de dormir, fica entre céu e terra mas, céu e terra tão próximos e apertados que só dá lugar deitado. É lá que se sonha. Mas não sonho
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de poesias nem sonhos de impossíveis nem de desejos não realizados — sonhos que são o modo mais profundo de olhar, duros sonhos na verdade. Vai-se pela esquerda, embora seja menos que uma direção. Depois da primeira vez, torna-se vício. Os outros
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Estive sempre correndo na minha frente, pisando nos meus calcanhares.
[desenhos]
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Disse que é bom mas tanto faz ler um como outro capítulo; que não leva a parte alguma. Não é um passo para a frente. Eu posso escrever 10 livros e tanto um quanto outro podem ser lidos, indiferentemente. Que minha coisa é que eu sou “desinteressada” — que não pareço ter ideias básicas ou ideias, parece tudo solto e todo o meu trabalho é o de fazer ligações entre essas coisas que não têm evidentemente ligação; que eu não tenho interesse por problema coletivo; que
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não tenho [enredo]; ele também parou várias vezes de ler, por um motivo ou por outro, e recomeçou do começo, porque tanto fazia ler um capítulo como outro. Que me falta vulgaridade. Que eu não me ocupo de nada, senão da vida no sentido de existência. Eu não apresento solução nenhuma, nem parto de ideias. Fica perturbado diante do livro, como fica diante de mim. Impressão de insegurança. O livro dá impressão de desamparo. Dá para ver pedalando no
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vácuo. Leão entediado. Escrevo bem, etc. mas falta uma coisa. Sugiro que falo sem ter o que dizer — ele silencia. Vazio humano. Falta qualquer coisa de vida.
+
A impressão com que fiquei é a de que cheguei a um impasse, a um beco sem saída, a pura [palavra], que não diga mais nada. A impressão é a de que ele acha que eu acabei, a menos que
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eu mude. Que estou árida, e sem sentido. A impressão é a de que ele acha uma beleza inútil e um pouco preciosa e vazia. Ele não sabe “para que” eu escrevo — essa é a impressão. Parece-lhe (acho) que eu não tenho nem ideias, de onde partir, nem assuntos para onde ir. No primeiro livro ainda pareço “interessada”, depois tudo fica igual.
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Sabe que sou uma pessoa que vive adiando — o que?
Fiquei de novo diante de mim, boba. Não sei o que fazer. Que sou? Realmente, não posso nem de longe escrever como escrevo. Ou deixo definitivamente de escrever ou escrevo de outro modo. Não posso ficar em arabescos. Se eu não tenho mais nada a dizer, que eu morra.
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Mistério em S. Cristóvão é já diferente, melhor.
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1) Tirar certas coisas
2) Fazer páginas
3) comprar remédio
4) Dar instruções inscritas
5) Fazer mala
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Garina Simon Studenic
Caixa Postal 14
Resende – E; do Rio
(por recomendação de
Lucio Cardoso)
Natércia Freire
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[contas e desenhos]
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2 bolos
D. Flor (pastéis galinha, pastéis [ILEGÍVEL] croquete carne)
Eliane (éclair) x
queijo x
ameixas recheadas x 40
castanhas cajú x
Pif-paf x
Bebidas — 15 colas e 20 caçulas
Chocolate x
+
Comprar fazenda Eliane
Flores Elisa Santa Branca (orquídeas)
Limpar pratas
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Tomar atebrina até domingo de noite
Telefonar médico segunda
15 5
sáb – 9 – 1
segunda – 8 – 2
quinta – 7 – 2
comecei quinta, dia 7
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Terça-feira, 18 julho
Rio
Dia 25 – terça – 1 inj. x
Dia 29 – sábado – 1 inj. x
Dia 2 – quarta 1 inj
Dia 6 – domingo – 1 –
Dia 10 – quinta – 1 –
x
Terça-feira – dia 15 agosto
Dia 21 – segunda
” 25 – sexta
” 29 – terça
” 2 – sábado
” 6 – quarta