, Fragmentos de estrelas. IMS Clarice Lispector, 2021. Disponível em: https://site.claricelispector.ims.com.br/2021/12/01/fragmentos-de-estrelas/. Acesso em: 04 dezembro 2023.
A escritora Ana Maria Machado viveu um episódio inusitado e emocionante com Clarice Lispector. Isso aconteceu em 1975. Após ter lido um artigo publicado por Ana Maria sobre o aniversário do escritor Roland Barthes, naquele dia, no Jornal do Brasil, Clarice, que não a conhecia pessoalmente, pediu ajuda insistentemente a ela para organizar o que seria dali a dois anos o livro A hora da estrela. No fim do dia, após volteios repletos de tensão, a então jovem Ana Maria foi visitar a admirada Clarice Lispector, de quem era fã. Voltou para casa atordoada com o encontro e escreveu no calor do momento o rascunho de um texto que ficaria guardado por mais de 40 anos. O texto foi finalmente publicado, com pequenas alterações, na revista Serrote, em 2020. Neste vídeo, produzido pela Coordenadoria de Literatura do IMS, a história — e o desfecho dela — é contada pela própria Ana Maria Machado, que reconstitui aquele dia “estranho” e faz comentários emocionados sobre o encontro entre as duas. Visita, por fim, o acervo de Clarice Lispector, guardado pelo Instituto Moreira Salles, e revê os manuscritos de A hora da estrela, os mesmos que décadas antes a própria Clarice lhe havia mostrado, dispersos em uma caixa, em súplica.
O Brazil LAB é uma iniciativa interdisciplinar da Universidade de Princeton que considera o Brasil um nexo crucial para entendermos as questões mais prementes da atualidade. Sediado no PIIRS (Instituto de Estudos Internacionais e Regionais de Princeton), o LAB reúne professores(as), pesquisadores(as) e estudantes de mais de 20 diferentes departamentos da universidade (das ciências sociais às naturais, das engenharias às artes e humanidades) em interação com dezenas de pesquisadores(as) de instituições acadêmicas de excelência.
Estudos sobre a obra clariciana continuam a ser desenvolvidos em universidades estrangeiras. Em 2017, foi realizado, na Universidade de Oxford, um amplo seminário sobre a autora
Mais ou menos fantásticas em seus enredos, essas histórias infantis revelam narradoras que, despidas quase por completo da instância ficcional, em muito se assemelham à autora: são mães, escritoras, assinam “C.L.” ou até mesmo dizem se chamar Clarice. Assim, se há nessas narradoras uma postura horizontal em que se pressupõe o respeito às particularidades da infância, nesse mesmo movimento flagra-se também o desejo de se tornar um pouco mais criança.