Adélia Oliveira lê um trecho do conto “Felicidade Clandestina”, de Clarice Lispector. O vídeo faz parte da edição 2021 da Hora de Clarice, uma celebração ao aniversário da escritora organizada pelo IMS: https://horadeclarice.ims.com.br
Como convite para o público adentrar o universo clariceano, que dialoga com a infância em seus textos voltados para o público adulto, a equipe de Educação do IMS Rio convidou Adélia Oliveira para ler um trecho do conto “Felicidade Clandestina”, de Clarice Lispector. Tal universo é profícuo ao nos convidar a adentrar paisagens internas de suas personagens num trabalho peculiar e instigante com a linguagem. No vídeo, a narradora recifense também rememora uma experiência pessoal que dialoga com o texto de Clarice e nos convida a partilhar nossas próprias histórias.
O vídeo foi produzido para o curso “Infâncias em Clarice”, que ocorreu em novembro de 2021.
Adélia Oliveira Narradora de histórias de ofício e criadora de imagens. Suas criações em ilustrações fazem referência a lembranças e inspirações da sua e de outras infâncias. Considera que tudo em seu trabalho e em si narra histórias. Elementos visuais únicos, música, palavra solta e liberdade são os propósitos de seu fazer.
A obra de Clarice Lispector gira em torno de duas noções: o símbolo e a coisa. A coisa, a física e o símbolo, a metafísica; a coisa, a imanência, e o símbolo a transcendência; a coisa, o corpo, e o símbolo, a linguagem; a coisa, a existência, e o símbolo, o dizer; a coisa o acontecimento, e o símbolo a forma de dar a ler a não-simbolizável coisa.
A tradicional livraria parisiense Shakespeare and Company expôs com destaque em suas prateleiras a versão para o inglês do livro Todos os contos, de Clarice Lispector.
Mais ou menos fantásticas em seus enredos, essas histórias infantis revelam narradoras que, despidas quase por completo da instância ficcional, em muito se assemelham à autora: são mães, escritoras, assinam “C.L.” ou até mesmo dizem se chamar Clarice. Assim, se há nessas narradoras uma postura horizontal em que se pressupõe o respeito às particularidades da infância, nesse mesmo movimento flagra-se também o desejo de se tornar um pouco mais criança.