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  • 22/09/2023

De uma leitura, a felicidade secreta

por Patrick Gert Bange

Em um livro pequeno, vasto e reluzente chamado Três degraus na escada da escrita, de Hélène Cixous (1993), a autora é levada a três escolas por escritores que ama: a Escola dos Mortos, a dos Sonhos e a das Raízes. Um dos livros que transportam Cixous para a Escola dos Sonhos é o segundo romance publicado de Clarice Lispector, O lustre.

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  • 22/02/2024

O infamiliar

por Yudith Rosenbaum

A palavra “infamiliar” é um neologismo que Clarice Lispector utilizou em vários momentos de sua obra. O vocábulo não está dicionarizado na língua portuguesa e não se pode afirmar que a autora seja a primeira a criá-lo na literatura brasileira. No entanto, ao mencionar a palavra “infamiliar” ao menos dezesseis vezes, seja nos romances, seja em contos e crônicas, a autora faz desse significante singular um objeto de maior atenção.

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  • 13/07/2023

A volta à origem como promessa de futuro

por Mell Brites

Mais ou menos fantásticas em seus enredos, essas histórias infantis revelam narradoras que, despidas quase por completo da instância ficcional, em muito se assemelham à autora: são mães, escritoras, assinam “C.L.” ou até mesmo dizem se chamar Clarice. Assim, se há nessas narradoras uma postura horizontal em que se pressupõe o respeito às particularidades da infância, nesse mesmo movimento flagra-se também o desejo de se tornar um pouco mais criança.

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  • 29/06/2022

À procura de Clarice Lispector: o desafio biográfico de Teresa Montero

por Matildes Demetrio dos Santos

Além de confirmar o valor do gênero biográfico como meio privilegiado de atender às reivindicações de um público curioso sobre o passado de personalidades famosas, Teresa Montero desafia as convenções do gênero, ao reconstituir a vida familiar, as experiências pessoais, as amizades e o processo de criação de Clarice Lispector, uma autora que, com todas as suas forças, fez existir a sua vocação para a literatura como fatalidade e salvação.

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  • 25/05/2022

Olímpico: o último homem será o primeiro

por Antonio Ladeira

[...] por toda a obra de Clarice se manifesta uma deslumbrada – quase primordial, inaugural, edênica – visão do gênero, da divisão homem-mulher. Nota-se um fascínio assustado de haver no mundo um homem-macho-animal, como lemos por exemplo no conto “O búfalo”, e também nesse outro conto sobre a masculinidade fantásmica e monstruosa que é “O jantar”.

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  • 12/01/2022

Idiotice e santidade

por Cicero Cunha Bezerra

Michel de Certeau, em sua La fable mystique, aborda um aspecto importante na relação entre idiotice e santidade nos primeiros séculos, em particular, na literatura cristã, a saber: um modo de isolamento na multidão. A idiotice, sob forma da loucura, vai para a multidão e, mais do que isso, se instaura como provocação, transgressão do campo dos “bem-pensantes”.

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  • 14/10/2021

O símbolo e a coisa

por João Camillo Penna

A obra de Clarice Lispector gira em torno de duas noções: o símbolo e a coisa. A coisa, a física e o símbolo, a metafísica; a coisa, a imanência, e o símbolo a transcendência; a coisa, o corpo, e o símbolo, a linguagem; a coisa, a existência, e o símbolo, o dizer; a coisa o acontecimento, e o símbolo a forma de dar a ler a não-simbolizável coisa.

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  • 09/08/2021

Uma literatura sem literatura

por Eucanaã Ferraz

As crônicas de Clarice Lispector foram reunidas em livro pela primeira vez em 1984, em A descoberta do mundo, volume organizado por Paulo Gurgel Valente, filho da autora, que alinhou em ordem cronológica 468 textos publicados no Jornal do Brasil entre os anos 1967 e 1973. Li e reli aquelas quase oitocentas páginas muitas vezes...

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  • 08/07/2021

Entre mistério e política

por Maria Clara Bingemer

Existe um aspecto dos escritos claricianos que é – parece-nos – menos observado. Trata-se da sensibilidade social e política da escritora. [...] Clarice deixa perceber em seus escritos – romances, crônicas ou contos – uma verdadeira abertura ao outro e sua diferença e sobretudo sua vulnerabilidade.

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  • 14/04/2021

O sentido é um sopro: imagens em Clarice Lispector

por Lilian Hack

A consistência destas imagens é aquela da árvore, matéria vegetal, a madeira sendo o suporte destas duas pinturas. Num dos quadros as linhas verticais visivelmente seguem os desenhos oferecidos pela madeira,  e criam uma espacialidade flácida e dura ao mesmo tempo.