, 40 anos de A hora da estrela. IMS Clarice Lispector, 2017. Disponível em: https://site.claricelispector.ims.com.br/2017/02/15/40-anos-de-a-hora-da-estrela/. Acesso em: 17 fevereiro 2025.
Um dos títulos mais traduzidos de Clarice Lispector, A hora da estrela completará 40 anos desde seu lançamento em outubro de 1977 pela José Olympio.
A editora Rocco, que assumiu a republicação das obras claricianas a partir de 1998, prepara um volume especial para comemorar a efeméride. Com previsão de chegada às livrarias em maio, a publicação, de capa dura, trará seis ensaios assinados por estudiosos da autora, dentre os quais Nádia Gotlib, Eduardo Portella, Colm Tóibín, Hélène Cixous e Paloma Vidal.
De roupa nova, o livro terá ainda um caderno extra com reprodução fac-similar dos manuscritos da novela. Parte desses manuscritos, sob a guarda do IMS desde 2004, foi digitalizada e pode ser acessada aqui.
Manuscrito original de A hora da estrela / Acervo Clarice Lispector / IMS
Além dos originais de A hora da estrela, o Acervo Clarice Lispector, inteiramente catalogado e disponível para pesquisa presencial, é formado pelos manuscritos dos romances Um sopro de vida e Água viva, correspondência familiar, duas telas pintadas pela autora, discos, fotografias, negativos e biblioteca pessoal com cerca de mil itens entre livros e periódicos.
As crônicas de Clarice Lispector foram reunidas em livro pela primeira vez em 1984, em A descoberta do mundo, volume organizado por Paulo Gurgel Valente, filho da autora, que alinhou em ordem cronológica 468 textos publicados no Jornal do Brasil entre os anos 1967 e 1973. Li e reli aquelas quase oitocentas páginas muitas vezes...
Caetano Veloso conta que quando mostrou sua canção “Odeio” para o amigo e compositor Jorge Mautner, este teria chorado e lhe dito que aquela era a canção de amor mais bonita que já tinha ouvido.
Estudos sobre a obra clariciana continuam a ser desenvolvidos em universidades estrangeiras. Em 2017, foi realizado, na Universidade de Oxford, um amplo seminário sobre a autora
Eu morri. Descobri isso quando, um dia, na calçada da Praça Maciel Pinheiro, ergui a cabeça, abri os olhos e avistei-me morto, ali, na calçada da praça, o sobrado do outro lado da rua. Meu coração despedaçado dentro do peito, o sobrado da rua do Aragão, 387, onde, no segundo andar, Clarice Lispector viveu uma infância feliz, aqui no Recife, apesar das dores do mundo e de viver e sentir, principalmente, as dores de uma doença implacável que um dia arrancaria Mania, a sua mãe, de perto de si.
Michel de Certeau, em sua La fable mystique, aborda um aspecto importante na relação entre idiotice e santidade nos primeiros séculos, em particular, na literatura cristã, a saber: um modo de isolamento na multidão. A idiotice, sob forma da loucura, vai para a multidão e, mais do que isso, se instaura como provocação, transgressão do campo dos “bem-pensantes”.
Mineirinho, um dos bandidos mais procurados pela polícia carioca na década de 1960. José Miranda Rosa ganhou essa alcunha, naturalmente, por ter nascido em Minas Gerais.