, "Hora de Clarice" no IMS Paulista. IMS Clarice Lispector, 2017. Disponível em: https://site.claricelispector.ims.com.br/2017/12/15/hora-de-clarice-no-ims-paulista/. Acesso em: 18 julho 2025.
Nesta edição da “Hora de Clarice”, o IMS Paulista foi palco de uma conversa com Idra Novey, mediada pelo poeta e editor Alberto Martins. Novey falou sobre a experiência de traduzir A paixão segundo G.H. para o inglês e de seu novo romance publicado no Brasil, A arte de desaparecer (Editora 34, 2017), marcado pelo sumiço misterioso de uma escritora que pode ou não ser Clarice Lispector.
Confira acima um trecho da leitura em português e em inglês de A paixão segundo G.H., que emocionou o público. Abaixo, o vídeo do encontro na íntegra.
O Brazil LAB é uma iniciativa interdisciplinar da Universidade de Princeton que considera o Brasil um nexo crucial para entendermos as questões mais prementes da atualidade. Sediado no PIIRS (Instituto de Estudos Internacionais e Regionais de Princeton), o LAB reúne professores(as), pesquisadores(as) e estudantes de mais de 20 diferentes departamentos da universidade (das ciências sociais às naturais, das engenharias às artes e humanidades) em interação com dezenas de pesquisadores(as) de instituições acadêmicas de excelência.
A tradicional livraria parisiense Shakespeare and Company expôs com destaque em suas prateleiras a versão para o inglês do livro Todos os contos, de Clarice Lispector.
A obra de Clarice Lispector gira em torno de duas noções: o símbolo e a coisa. A coisa, a física e o símbolo, a metafísica; a coisa, a imanência, e o símbolo a transcendência; a coisa, o corpo, e o símbolo, a linguagem; a coisa, a existência, e o símbolo, o dizer; a coisa o acontecimento, e o símbolo a forma de dar a ler a não-simbolizável coisa.
Acredito que Clarice e eu compartilhávamos uma sensação comum: os objetos não são inanimados, ao contrário, têm uma vida secreta. Não sei se o leitor já fez a experiência de, à noite, desligar as luzes de sua sala e, aos poucos, observar que seus olhos se adaptam ao es- curo e finalmente você consegue perceber a presença viva das coisas.
Na década de 1960, o espanhol Jaime Vilaseca era marceneiro no Rio de Janeiro, até que um encontro com Clarice Lispector mudou sua vida. A escritora encomendara a ele uma estante de livros, que foi feita e montada em seu apartamento, no bairro do Leme. Durante aqueles dias, silenciosamente, observara-o trabalhando e, terminado o móvel, olhou para ele e disse: "Você vai ser moldureiro. Não vai escapar ao seu destino!".