, Fragmentos de estrelas. IMS Clarice Lispector, 2021. Disponível em: https://site.claricelispector.ims.com.br/2021/12/01/fragmentos-de-estrelas/. Acesso em: 06 dezembro 2025.
A escritora Ana Maria Machado viveu um episódio inusitado e emocionante com Clarice Lispector. Isso aconteceu em 1975. Após ter lido um artigo publicado por Ana Maria sobre o aniversário do escritor Roland Barthes, naquele dia, no Jornal do Brasil, Clarice, que não a conhecia pessoalmente, pediu ajuda insistentemente a ela para organizar o que seria dali a dois anos o livro A hora da estrela. No fim do dia, após volteios repletos de tensão, a então jovem Ana Maria foi visitar a admirada Clarice Lispector, de quem era fã. Voltou para casa atordoada com o encontro e escreveu no calor do momento o rascunho de um texto que ficaria guardado por mais de 40 anos. O texto foi finalmente publicado, com pequenas alterações, na revista Serrote, em 2020. Neste vídeo, produzido pela Coordenadoria de Literatura do IMS, a história — e o desfecho dela — é contada pela própria Ana Maria Machado, que reconstitui aquele dia “estranho” e faz comentários emocionados sobre o encontro entre as duas. Visita, por fim, o acervo de Clarice Lispector, guardado pelo Instituto Moreira Salles, e revê os manuscritos de A hora da estrela, os mesmos que décadas antes a própria Clarice lhe havia mostrado, dispersos em uma caixa, em súplica.
O lustre, segundo romance de Clarice Lispector, publicado em 1946, ganhou recente tradução para o inglês, realizada por Benjamin Moser e Magdalena Edwards.
Caetano Veloso conta que quando mostrou sua canção “Odeio” para o amigo e compositor Jorge Mautner, este teria chorado e lhe dito que aquela era a canção de amor mais bonita que já tinha ouvido.
O filme retrata o célebre Ulisses, cachorro de Clarice Lispector e personagem de destaque em sua vida e ficção. Ele está presente no romance póstumo Um sopro de vida, é o narrador do livro infantil Quase de verdade, foi citado em inúmeras crônicas e hoje está imortalizado, ao lado de sua dona, em uma estátua de bronze na amurada da praia do Leme, no Rio de Janeiro.
Paulo Gurgel Valente, filho de Clarice, conversa com Eucanaã Ferraz e Elizama Almeida, e relembra, por exemplo, as personalidades que frequentavam a sua casa
A frequente alusão às empregadas domésticas no ambiente urbano de suas crônicas demonstra o que é uma realidade para várias famílias de classe média no país: incorporada ao ambiente íntimo da casa na condição de um “outro domesticado”, a empregada doméstica constitui a relação mais duradoura, e pessoal, que um membro da classe média se permite estabelecer com a pobreza.