Que mentiras tem Clarice

, Que mentiras tem Clarice. IMS Clarice Lispector, 2014. Disponível em: https://site.claricelispector.ims.com.br/2014/06/10/que-mentiras-tem-clarice/. Acesso em: 27 abril 2024.

O que escrevo de mim nunca é a última palavra.

Roland Barthes

I.

Não é fácil falar sobre Clarice Lispector, autora que tem ampla repercussão. Em tempos de redes sociais, Clarice “cultiva” milhares e milhares de “seguidores”, de “aplicativos”, de “páginas”. No âmbito editorial, os números são bem altos. Seus 22 títulos, entre romances, contos e crônicas, publicados em vida, deram margem para quase 210 traduções e mais de quinhentas publicações, entre dissertações, teses e livros dedicados à vida e à obra da autora.

O que há de Clarice em números revela que seus textos não respeitam fronteiras geográficas, culturais ou espaços-temporais, mantendo-se muito vivos por meio de traduções e reedições, mesmo após 40 anos da morte da escritora.

II.

No entanto, a fama literária de Clarice Lispector, de magnitude internacional, pode trazer alguns modos distorcidos de leitura. Muito de sua produção é tomada tão somente como uma escrita de si, encharcada de pessoalidade, de traços biográficos. A chave de leitura que prevê um espelhamento da vida e da obra de Clarice pode não ser uma opção rica. “Quanto mais sou ‘sincero’, mais sou interpretável, sob o olhar de instâncias diferentes das dos antigos autores, que acreditavam dever submeter-se a uma única lei: a autenticidade” (BARTHES, 2003, p. 137), é Roland Barthes quem afirma.

No caso de Clarice Lispector, apesar de, sim, ser uma escrita de caráter introspectivo e subjetivo, o responsável por colar a literatura ao “umbigo” é o próprio leitor. Isto é, a identificação quase que “de alma” entre um leitor clariciano tem mais a ver com a sua intenção, sua leitura, do que com a intenção de escrita da autora. Unir, indistintamente, a dupla autor-indivíduo é uma operação de leitura – o que, decerto, não se configura como um grande problema. No entanto, essa operação pode enfraquecer a potência do texto quando deixa de ser um modo, uma operação e passa a ser o modo, a leitura. Não há dúvida de que informações sobre a biografia de um autor lançam luzes sobre a escrita, ambas estão em contato, mas não pode ser a única lanterna a guiar os caminhos do leitor pelo texto.

Pensar o eu no fio da navalha, numa ilusão biográfica, numa morte autoral (para dar sobrevida à ficção) pode constituir espaços bem ricos de leituras.

III.

A mitificação por parte dos leitores pode ter sido construída, em parte, pela própria Clarice. Ao longo de sua vida, alguns “deslizes” foram cometidos. Uso o termo “mentira” não em seu sentido maniqueísta ou bíblico, mas como um gracejo para classificar as declarações de Clarice Lispector que em algum momento – e em algum nível – podem ter contradito os fatos. Equívocos de cunho biográfico e bibliográfico, por uma edição da memória ou por distração. Antes de atribuirmos à “mentirosa” epítetos negativos, é bom relembrarmos o que Nietzsche conceitua como verdade no célebre ensaio “Sobre a verdade e a mentira no sentido extramoral”:

[A verdade] é uma multidão móvel de metáforas, metonímias e antropomorfismos; em resumo, uma soma de relações humanas que foram realçadas, transpostas e ornamentadas pela poesia e pela retórica e que, depois de um longo uso, pareceram estáveis, canônicas e obrigatórias aos olhos de um povo: as verdades são ilusões das quais se esqueceu, são metáforas gastas que perderam a sua força sensível (…). (NIETZSCHE, 1873)

A definição é bastante inspiradora se pensarmos a metáfora como um artifício eminentemente literário; seríamos, portanto, todos homens poéticos, criando e recriando a palavra. Nem mentira, nem verdade: metáforas. Nesse sentido, levantamos algumas mentiras (metáforas) contadas por Clarice que foram calcificadas para a partir delas pensarmos qual a relevância que trazem para a obra.

IV.

Sou inteiramente brasileira, o fato de ter nascido na Rússia não quer dizer nada. Vim com dois meses para o Brasil e a língua que primeiro falei foi o português. (LISPECTOR apud ROCHA, 2011, p.50)

A minha terra não me marcou em nada, a não ser pela herança sanguínea. Eu nunca pisei na Rússia. (LISPECTOR apud IMS, op. cit., p. 59)

Clarice Lispector declarou ter chegado ao Brasil aos dois meses de idade. No entanto, a história biográfica mostra que os Lispector desembarcaram na cidade de Maceió em 1922, logo, uma conta simples mostraria que Clarice tinha quase dois anos. Seria essa redução de idade uma tentativa de diminuir suas lembranças ao mínimo possível? Como se assim pudesse negar, pudesse esquecer as diversas situações pelas quais a família teve de passar no trajeto Ucrânia-Brasil: assaltos, epidemias, fome.

Na verdade, sua tensão com o país de origem seria um tema flagrante em suas entrevistas. A condição de brasileira era irrevogável. Ao ser questionada se em algum momento deixaria o Brasil, é enfática: “Nunca, mas nunca mesmo pensei em tal hipótese”. O crítico português Carlos Mendes de Sousa considera a autora como “a primeira mais radical afirmação de um não lugar na literatura brasileira”. E aqui é o não lugar dos seus escritos: a novidade de uma literatura desterritorializadora em meio a seus contemporâneos que voltavam-se para Minas Gerais, Rio de Janeiro e para o sertão nordestino. É Lêdo Ivo quem cito:

Não haverá, decerto, uma explicação tangível e aceitável para o mistério da linguagem e do estilo de Clarice Lispector. A estrangeiridade de sua prosa é uma das evidências mais contundentes de nossa história literária e, ainda, da história de nossa língua. Essa prosa fronteiriça, emigratória e imigratória, não nos remete a nenhum dos nossos antecessores preclaros […]. Dir-se-ia que ela, brasileira naturalizada, naturalizou uma língua. (IVO apud IMS, 2004, p. 48)

Carlos Drummond de Andrade também registrou no poema “Visões de Clarice Lispector”, publicado em Discurso da primavera & Algumas sombras (1977), em versos esse não lugar clariciano:

Dentro dela
o que havia de salões, escadarias,
tetos fosforescentes, longas estepes,
zimbórios, pontes do Recife em bruma envoltas,
formava um país, o país onde Clarice
vivia só e ardente, construindo fábulas.

A referência do não lugar pode ser pensada também em relação a sua vida: nasceu no meio de um caminho, passou a infância em Recife, a juventude no Rio de Janeiro, casou-se com um diplomata, morou em vários países até, enfim, retornar para o Rio e se fixar no bairro do Leme.

Outro ponto polêmico ainda não muito esclarecido tem a ver não com a língua, mas com a fala. Durante a viagem Ucrânia-Brasil, a caçula dos Lispector teve contato com diversos idiomas: iídiche, russo, inglês e, por fim, português. Os atuais estudos de aquisição e processamento da linguagem afirmam que até os sete meses de idade os bebês são capazes de assimilar os sons específicos de sua língua e internalizá-los, apesar de não saber ainda reproduzi-los. Quem não apenas leu, mas ouviu Clarice, tem lembrança de sua fala. Fala tão indefinível que não é surpresa. Seria a “língua presa”, como Clarice contava, a internalização desses sons como um resquício do seu contato com essas diversas línguas? A irmã mais velha, Elisa Lispector, afirmou que na casa em Recife todos falavam iídiche.

A minha primeira língua foi o português. Se eu falo russo? Não, não absolutamente. (…) eu tenho a língua presa. (…) algumas pessoas me perguntavam se eu era francesa, por causa desses meus erres. (LISPECTOR, 2005, p. 95)

Um outro deslize é sobre sua cidade de nascimento, Tchechelnik. A professora de Literatura Brasileira Nádia Battella Gotlib disse ter levado ao pé da letra uma declaração de Clarice e reproduzido diversas vezes em suas aulas: “Nasci na Ucrânia, terra de meus pais. Nasci numa aldeia chamada Tchechelnik, que não figura no mapa de tão pequena e insignificante”. 1 Até que um aluno levou o mapa da Ucrânia provando a existência da tal aldeia. Isso evidenciaria um aspecto já mencionado sobre a relutância de Clarice em associar sua imagem a um período pré-Brasil. No trecho supracitado, atentemos para o “terra de meus pais”, reiterando, mais uma vez, sua brasilidade integral.

(Alerta: de que forma essa investigação de mentiras – metáforas – poderiam enriquecer a leitura da obra clariciana?)

V.

Deixando de lado as notícias mais biográficas, analisaremos duas inverdades sobre sua produção.

Em entrevista a Affonso Romano de Sant’Anna e Marina Colasanti para o Museu da Imagem e do Som, em 20 de outubro de 1976, Clarice Lispector declara:

Affonso – Você tem os seus textos escritos na cabeça. E uma vez você me disse uma coisa impressionante: você nunca relê um texto seu.

Clarice – Não. Enjoo. Quando é publicado, é como livro morto. Não quero mais saber dele. E quando eu leio, estranho, acho ruim. Aí não leio, ora! (LISPECTOR apud ROCHA, op. cit., p. 142)

No prefácio à edição de A paixão segundo G.H., publicada pela editora Rocco, Marlene Gomes Mendes cita Olga Borelli, “grande amiga e companheira de Clarice Lispector (…) nos assegurou que, de fato, Clarice não revia seus textos depois que encaminhava os originais à editora”. Clarice: “Às vezes, nem corrijo as provas. Peço alguém para reler. As coisas feitas não me interessam mais.”

Não é isso que prova o exemplar de A legião estrangeira (1964), conservado na biblioteca pessoal de Clarice Lispector, no Instituto Moreira Salles, com anotações feitas pela própria autora. Ali, ela mexeu nas pontuações, fez pequenas substituições de palavras e destacou o que já havia sido publicado no Jornal do Brasil. Este exemplar é o embrião do livro que viria em 1971, Felicidade clandestina. A mudança do título já está indicada na folha de rosto do de 64. Os títulos dos contos também foram repensados; mas, no volume seguinte, apenas dois sofreriam modificações: “Evolução de uma miopia” à “Miopia progressiva” / “Desenhando um menino” à “Menino a bico de pena”. Numa mesma página há registros feitos com canetas de cores diferentes, o que pode indicar que a revisão foi resultado de leituras em vários momentos. A caligrafia insegura, trêmula, aponta que a revisão foi feita após o incêndio que comprometeu seriamente os movimentos da mão direita de Clarice em setembro de 1966. Nunca houve uma segunda edição de A legião estrangeira, o que acentua mais ainda a raridade do exemplar, catalogado no site do IMS e disponível para consulta.

Por último, falemos de Clarice Lispector na sua atividade de cronista. Ao lado de contemporâneos como Rachel de Queiroz, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Carlos Drummond de Andrade, autores que se sentiam à vontade no gênero e que hoje também são seus vizinhos de arquivo, Clarice, pelo contrário, sentia grande desconforto na profissão por três motivos que pontuaremos a seguir.

Embora negasse a cronista, Clarice escreveu para os periódicos Comício, Correio da Manhã, Diário da Noite e o renomado Jornal do Brasil, no qual esteve em atividade semanal por seis anos somando quase 300 crônicas publicadas que versavam desde assuntos relacionados à metaescrita, à análise crítica, traduções e pequenos trechos ficcionais que seriam aproveitados em seus romances e contos. Aos 300 textos do JB, acrescentemos as 450 crônicas publicadas nos demais periódicos. A produtividade, e, sobretudo, a boa aceitação do público são dois indícios que nos fazem reconhecer a cronista que se revelou Clarice. Podemos identificar pelo menos duas fases de sua atuação na impressa.

A primeira seria composta por três periódicos unidos pelo mesmo tema. Clarice escreveu para Comício (periódico antigetulista fundado por, entre outros nomes, Rubem Braga), sob o pseudônimo de Tereza Quadros, na coluna “Entre mulheres”; para o Diário da Noite, como ghost-writer da atriz Ilka Soares, na coluna “Só para mulheres”; e para o Correio da Manhã, como Helen Palmer, na coluna “Correio feminino”. Não é segredo que aceitou escrever sobre “amenidades” para reforçar a renda familiar. Quando da participação nos dois últimos jornais, ela era mãe de dois filhos e recém-separada do diplomata Maury Gurgel Valente, com quem rompeu um casamento de mais dez anos. Clarice em entrevista à TV Cultura (1977) afirmou: “Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever. Ou então com o outro, em relação ao outro. Agora eu faço questão de não ser uma profissional para manter minha liberdade.” Pelo depoimento, entende-se que sua posição enquanto autora das colunas femininas pouco tem a ver com a Clarice escritora dos romances e contos. O profissionalismo tira sua liberdade, não é o autor entregue à criação. É o contracheque. “Ter que” escrever “para” são dois motivos de seu desconforto na profissão.² Assinar as crônicas voltadas para o público feminino não estava em jogo. O uso de pseudônimos era uma maneira de resguardar a autora de romances Perto do coração selvagem e O lustre, já publicados a essa época. Salvaguardar-se, na verdade, de uma coluna com temática corriqueira, frugal

Ainda continuo um pouco sem jeito na minha nova função daquilo que não se pode chamar propriamente de crônica. E, além de ser neófita no assunto, também o sou em matéria de escrever para ganhar dinheiro. Já trabalhei na imprensa como profissional, sem assinar. Assinando, porém, fico automaticamente mais pessoal (LISPECTOR apud IMS, op. cit., p. 64).

Há em sua biblioteca pessoal alguns títulos de assuntos femininos. Citamos três: A arte de beber e recepcionar, Personal beauty and charm e Beleza e personalidade – O livro azul da mulher. Numa pesquisa, encontramos várias dicas adaptadas desses livros publicadas nas colunas em que trabalhou. Material que comprova o profissionalismo com que tratou as páginas de “amenidades”. Trabalho. Criação limitada. Os livros citados poderiam ser fontes de Clarice-cronista para guiar esposas, mães e donas de casa assim como sua experiência, ex-esposa de diplomata e mãe de dois filhos; além da autoridade natural da mulher em assuntos de mulher.

O segundo momento de sua atividade enquanto cronista, agora não mais para o público feminino, é durante a passagem pelo Jornal do Brasil. Ali, Clarice Lispector aponta o terceiro motivo para não se reconhecer como cronista: o risco da pessoalidade, o eu no fio da navalha. Como não havia um mote específico voltado para um público específico, como em sua experiência anterior, ou seja, havia certa liberdade, a escritora confessa medo em expor sua vida “passada e presente” em seus escritos. Fica claro, mais uma vez, na citação a seguir a distinção que ela impõe entre os dois mundos, o privado e o público, o da crônica e o do romance, o leitor do jornal e o leitor de suas obras. Cito:

À medida que escrevo aqui, vou me tornando pessoal demais, correndo o risco daqui em breve de publicar minha vida passada e presente, o que não pretendo. Outra coisa notei: basta eu saber que estou escrevendo para jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. (…) Mas mudar só porque isto é um coluna ou uma crônica? Ser mais ‘leve’ só porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero profundamente a comunicação comigo e com o leitor. Aqui no jornal apenas falo com o leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não estou contente. E acho mesmo que vou ter uma conversa com Rubem Braga porque sozinha não consegui entender. (LISPECTOR apud IMS, op. cit., p.65)

A título de esclarecimento, Rubem Braga é citado, pois foi a convite dele que Clarice começou a cronicar no Comício. Se Clarice não fosse cronista não seria Rubem Braga, renomado autor no gênero, chamado por ela mesma como “inventor da crônica”, que reconheceria uma cronista de mão cheia na autora de importantes romances da literatura brasileira.

VI.

Em 1953, surgiu a possibilidade de Clarice assinar uma nova coluna na Manchete. Ela confessa ao amigo Fernando Sabino o quão incômodo poderia ser essa experiência, pois teria a impressão de estar presente em pessoa, “provavelmente gaga de encabulamento”. Gaga de encabulamento, provavelmente, ficaria hoje ao saber que sua biografia praticamente sobrepõe sua obra.

Tendo visto tudo isso, considero prazeroso observar nela um comportamento no qual nem sempre importa a fidedignidade da informação, onde realidade e fantasia/biografia e ficção se atravessam. Informações sobre sua origem, idade, língua, passado: a verdade é metáfora. É tudo fronteira, é tudo não lugar. O que Clarice Lispector publicou tem a ver com a “saúde da literatura” a que Gilles Deleuze se refere em “A literatura e a vida”: literatura como a invenção de um povo que falta; literatura não é a fabulação escrita com as recordações – a menos que se faça delas a origem ou o destino coletivo desse povo.

Para pensarmos os modos de leitura que podem superinterpretar a literatura e exceder o jogo ficcional que ela prescreve, deixo o mineiro Paulo Mendes Campos: “Quem não sabe que a literatura é feita de palavras ainda não chegou lá”.

Referências

BARTHES, Roland. Roland Barthes por Roland Barthes. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Estação Liberdade, 2003.
DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: editora 34, 1997.
INSTITUTO MOREIRA SALLES, Cadernos de Literatura Brasileira: Clarice Lispector, ns 17 e 18. São Paulo: IMS, 2004. LISPECTOR, Clarice. Outros escritos. Rio de Janeiro: Rocco, 2005.
MOSER, Benjamin. Clarice,. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
NIETZSCHE, Friederich. Sobre a verdade e a mentira no sentido extramoral, 1873. Artigo disponível em: http://ensaius.files.wordpress.com/2008/03/sobre-a-verdade-e-a-mentira-no-sentido-extramoral.pdf ROCHA, Evelyn, org. Clarice Lispector – Série Encontro. Rio de Janeiro: Azougue, 2011.
SOUSA, Carlos Mendes de. Clarice Lispector – Figuras da escrita. São Paulo: IMS, 2012.

1 Nos meses de fevereiro e março de 2012, o Instituto Moreira Salles realizou o curso “Clarice: uma aprendizagem”, com a participação de Benjamin Moser, Vilma Arêas, Carlos Mendes de Sousa e da professora menciona Nádia Battella Gotlib.
2 Recentemente, a Rede Globo fez uma série sobre o Correio feminino e, de maneira equivocada (para fins de divulgação, talvez?), caiu na armadilha de espelhar Clarice como escritora e mulher, ultrapassando de novo a linha entre o indivíduo e o autor, colando biografia e obra; no caso das crônicas, colando biografia ao trabalho desempenhado.