O mal-assombrado dia em Clarice Lispector

O artigo aborda o conto Amor, de Clarice Lispector, do livro Laços de família, observando como o texto tensiona as oscilações entre o familiar e o estranho (FREUD, 1987) na representação das relações familiares e como instaura uma percepção desautomatizada (CHKLOVSKI, 1973) a partir do embate da personagem Ana com seus outros sociais (o cego, a percepção da fome de crianças). As relações ficção e sociedade serão observadas no conto (visto em correlação com outros textos da autora), com atenção às categorias narrador e focalização (GENETTE, 2017) e a formulações da crítica cultural (ADORNO, 2000; ADORNO, HORKHEIMER, 1980; MATOS, 1993; NIETSZCHE, 1987). Percorremos ainda aspectos simbólicos presentes na obra abordada (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2020; ELIADE, 1996), observando também a questão da ocorrência de epifanias na obra, dialogando quanto a esse e outros aspectos com a fortuna crítica da escritora.

Na cavidade do rochedo: a pós-filosofia de Clarice Lispector

Na cavidade do rochedo: a pós-filosofia de Clarice Lispector é um estudo inédito, publicado exclusivamente em formato eletrônico e disponibilizado aqui. Ao lê-lo, os leitores são transformados em exploradores encantados e assustados desbravando a gruta – ou obra – clariciana, que, por sua própria natureza, é feroz, escorrega, não se deixar apanhar integralmente. Dividido em doze capítulos, Roberto Corrêa dos Santos passeia pelos livros de Clarice e consegue a façanha de não repetir o que a essa altura do campeonato já se sabe pelo que a crítica literária das últimas décadas se empenhou em examinar. Faça download do livro aqui.

Clarice, ela

*Clarice, ela é um livro em formato eletrônico composto por leituras de cinco contos do livro Laços de família. Escrito pelo crítico Roberto Corrêa dos Santos, traz a distinção de ter sido o primeiro estudo publicado sobre a escritora brasileira no âmbito acadêmico, em 1976, como dissertação de mestrado aprovada no Departamento de Letras da PUC-Rio. Assim, a partir da análise dos contos “Preciosidade”, “A imitação da rosa”, “O crime do professor de matemática”, “O jantar” e “Feliz aniversário”, o autor busca traçar um perfil plástico do modo de pensar e escrever de Clarice, distinguindo-os quanto à “direção do olhar da escrita”: feminino, masculino e familiar.