, 40 anos de A hora da estrela. IMS Clarice Lispector, 2017. Disponível em: https://site.claricelispector.ims.com.br/2017/02/15/40-anos-de-a-hora-da-estrela/. Acesso em: 06 dezembro 2025.
Um dos títulos mais traduzidos de Clarice Lispector, A hora da estrela completará 40 anos desde seu lançamento em outubro de 1977 pela José Olympio.
A editora Rocco, que assumiu a republicação das obras claricianas a partir de 1998, prepara um volume especial para comemorar a efeméride. Com previsão de chegada às livrarias em maio, a publicação, de capa dura, trará seis ensaios assinados por estudiosos da autora, dentre os quais Nádia Gotlib, Eduardo Portella, Colm Tóibín, Hélène Cixous e Paloma Vidal.
De roupa nova, o livro terá ainda um caderno extra com reprodução fac-similar dos manuscritos da novela. Parte desses manuscritos, sob a guarda do IMS desde 2004, foi digitalizada e pode ser acessada aqui.
Manuscrito original de A hora da estrela / Acervo Clarice Lispector / IMS
Além dos originais de A hora da estrela, o Acervo Clarice Lispector, inteiramente catalogado e disponível para pesquisa presencial, é formado pelos manuscritos dos romances Um sopro de vida e Água viva, correspondência familiar, duas telas pintadas pela autora, discos, fotografias, negativos e biblioteca pessoal com cerca de mil itens entre livros e periódicos.
Caetano Veloso conta que quando mostrou sua canção “Odeio” para o amigo e compositor Jorge Mautner, este teria chorado e lhe dito que aquela era a canção de amor mais bonita que já tinha ouvido.
É final de 1943. Sai por uma editora de parca relevância cultural, A Noite, o inusitado Perto do coração selvagem, livro de uma autora de 22 anos incompletos, ex-funcionária da casa.
A obra de Clarice Lispector gira em torno de duas noções: o símbolo e a coisa. A coisa, a física e o símbolo, a metafísica; a coisa, a imanência, e o símbolo a transcendência; a coisa, o corpo, e o símbolo, a linguagem; a coisa, a existência, e o símbolo, o dizer; a coisa o acontecimento, e o símbolo a forma de dar a ler a não-simbolizável coisa.
No livro O Rio de Clarice, o prazer de Clarice Lispector em flanar pelas ruas, florestas, parques e praias do Rio de Janeiro, onde chegou aos 15 anos, fica evidente.
Clarice Lispector passou a infância em Recife, mas aos 15 anos se mudou com o pai e as duas irmãs para o Rio de Janeiro. Foi na então capital federal que a escritora viveu a juventude e o início da vida adulta: concluiu o ensino médio, se formou na faculdade de direito, teve as primeiras experiências profissionais na imprensa, se casou e, em 1943, lançou seu primeiro livro Perto do coração selvagem.
O concerto Outra hora da estrela teve direção de Eucanaã Ferraz, e performance de Jussara Silveira, Marcelo Costa, Muri Costa e Bebe Kramer. A narração foi de João Miguel