, Clarice Lispector por Jorge Carrión. IMS Clarice Lispector, 2018. Disponível em: https://site.claricelispector.ims.com.br/2018/01/19/clarice-lispector/. Acesso em: 13 janeiro 2025.
O escritor e crítico literário espanhol Jorge Carrión publicou recentemente, no New York Times, um ensaio sobre a vida e a obra de Clarice Lispector (“La pasión según Clarice Lispector”). O autor parte da leitura de Por qué este mundo, a biografia de Clarice escrita por Benjamin Moser, recém-lançada em tradução espanhola pela editora Siruela, para abordar questões mais amplas relacionadas à obra clariceana:
Ela não gostava de entrevistas e a ficção, em seu caso, é muito mais importante, incisiva e eloquente do que a não ficção. Ao ler seus romances e contos, poderíamos concluir que é uma escritora hermética, próxima ao misticismo. Porém, creio que, pelo contrário, ela é uma artista absolutamente contemporânea, que resolveu em sua obra uma das grandes questões literárias da nossa época: como escrever com ambição abstrata paisagens mentais com palavras figurativas.
Ou seja, para Carrión, a obra de Clarice é “corporal, totalmente vital e sanguínea”, embora esteja coalhada de metáforas e mistérios. Essa característica, ainda segundo o crítico, aproximaria sua prosa da poesia. Por isso, talvez, ela escrevesse como se fosse para salvar a vida de alguém, talvez a dela própria, como disse em Um sopro de vida.
Leia o ensaio de Carrión, em espanhol, clicando aqui.
Ver também
por Bruno Cosentino
Nas entrevistas feitas por Clarice há uma espécie de inadequação no que diz respeito à técnica jornalística. Com Vinicius de Moraes, sua primeira abordagem soa como provocação: “Vinicius, você amou realmente alguém na vida?”
por Maria Clara Bingemer
Existe um aspecto dos escritos claricianos que é – parece-nos – menos observado. Trata-se da sensibilidade social e política da escritora. [...] Clarice deixa perceber em seus escritos – romances, crônicas ou contos – uma verdadeira abertura ao outro e sua diferença e sobretudo sua vulnerabilidade.
por Victor Heringer
O professor, ensaísta e escritor Evando Nascimento deu uma aula sobre a obra de Clarice Lispector no IMS Rio. Sua fala está baseada na categoria de “literatura pensante”
por Antonio Ladeira
[...] por toda a obra de Clarice se manifesta uma deslumbrada – quase primordial, inaugural, edênica – visão do gênero, da divisão homem-mulher. Nota-se um fascínio assustado de haver no mundo um homem-macho-animal, como lemos por exemplo no conto “O búfalo”, e também nesse outro conto sobre a masculinidade fantásmica e monstruosa que é “O jantar”.
por Equipe IMS
Dialogando com as temáticas e questões de sua literatura "adulta", os livros infantis de Clarice Lispector valorizam a fruição estética e o respeito ao leitor criança com o qual a narradora dialoga constantemente. A literatura infantil de Clarice é um marco na produção do gênero no Brasil, no entanto ainda é desconhecida por muitos e estudada por poucos.
por Equipe IMS
Como convite para o público adentrar o universo clariceano, que dialoga com a infância em seus textos voltados para o público adulto, a equipe de Educação do IMS Rio convidou Adélia Oliveira para ler um trecho do conto "Felicidade Clandestina", de Clarice Lispector. Tal universo é profícuo ao nos convidar a adentrar paisagens internas de suas personagens num trabalho peculiar e instigante com a linguagem.